segunda-feira, 29 de julho de 2013

Extremo

As pontas,
foram esquecidas.

Novo e velho,
não existem.

Como Babel,
só a torre importa.

Onde o ter,
tem sempre vez.

Resta o nada,
ao ser que chora. 

Quanto engano

Engano 01 - Inspirado no artigo publicado pela Meio&Mensagem, que revela um panorama bem diverso daquele de outrora.
Ação da Octagon na Copa das Confederações
Crédito: Divulgação/Octagon

Eles não sabiam... Mas deveriam saber, afinal quem trabalha com marketing tem por obrigação pesquisar e avaliar a conjuntura do mercado no qual se pretende atuar, lançar um produto ou serviço.

O mimimi é geral. Principalmente, daqueles que aportaram por aqui ou resolveram abrir braços esportivos das suas agências, achando, que surfariam as grandes ondas dos grandes eventos esportivos sem terem que queimar o pé na areia de nossas praias.


Engano 02 - Inspirado na publicação do Terra.

Foto: Getty Images
O futebol sempre foi elitista. Popular, mas elitista.

Afinal são poucos os que podem jogar no alto-nível e em grandes clubes, bem como são poucos aqueles que se revezam no comando destas equipes em campo.

Poucos, dentro de um universo de uma cidade como o Rio - só para seguir o exemplo, podem ir aos estádios para assistirem seus clubes jogarem entre si em horários onde só a grade televisiva é levada em conta.

Não seria o preço do ingresso o maior problema, estádios estão vazios há muito tempo. A culpa não é dos gestores das arenas. Esses serão as próximas vítimas de um mercado que persiste na dependência da venda de seus astros, dos meios de comunicação e das marcas para sobreviver.


terça-feira, 23 de julho de 2013

O papa é pop.



"O Papa é Pop" é o quinto álbum de estúdio da banda brasileira Engenheiros do Hawaii, lançado em formato de LP e CD pela BMG em 1990.

Este foi o primeiro álbum produzido pelos próprios integrantes e marca a adoção de uma sonoridade mais próxima ao pop. Foi considerado o álbum mais vendido da banda - mais de 400 mil cópias nos primeiros anos.

Com ele os Engenheiros do Hawaii foram considerados a maior banda de rock do Brasil de 1990 pela revista Bizz.

Foto:Reuters/Sergio Moraes

Tanto o álbum quanto sua faixa título cabem muito bem a eleição do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, um jesuíta.

A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loyola, que gravemente ferido na batalha de Pamplona em 20 de Maio de 1521, passou meses inválido no castelo de seu pai.

Durante o longo período de recuperação, Inácio leu livros para passar o tempo, dentre os quais Vita Christi (versão em inglês), de Rodolfo da Saxônia, e  Legenda Áurea, sobre a vida dos santos, de Jacopo de Varazze, monge cisterciense que comparava o serviço de deus a uma ordem cavalheiresca. Daí a inspiração para a nova ordem.

A rigidez da Companhia formou o novo papa. E desta rigidez, a proximidade e a preocupação com os mais necessitados, com a injustiça social e com a indiferença global.

Após sucessivos escândalos envolvendo pedofilia e fraude financeira, a cúpula católica decide por um papa mais novo, não-europeu, austero, sem frescuras e mimos. Que abdica dos sapatos vermelhos Prada, do ouro do anel de Pedro e das vestimentas ostentosas, dos privilégios e das regalias. Bem diferente de nossos políticos, que ofereceram um cafezinho no Palácio da Guanabara a um custo de R$1300,00 por pessoa.

Enxergo a escolha de Bergoglio como uma bela jogada mercadológica da santa igreja. Tanto que eu, que não sou nem mesmo católico ou cristão, estando muito mais próximo do ateísmo - embora goste de abordar temas religiosos sob uma visão menos mística e mais cultural, histórica, política, ideológica, filosófica, social e antropológica, escrevo este texto.

Se tal fato faz parte de uma estratégia mais elaborada para resgatar sua credibilidade frente a seus fiéis, não sei. Se o papa parece ser aquilo que aparenta, acho que sim.

O que importa é que vivemos um período crítico da humanidade onde existe uma perda significativa de valores morais e éticos fundamentais e Bergoglio, como Mandela e tantos outros, nos mostra quanto, pela sua postura e seu discurso.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Nunca antes na história deste país

A frase foi batidamente repetida por nosso último presidente sempre que desejava enaltecer e se apropriar de algo ou alguma ação.

E cabe perfeitamente para este despertar nacional, como também para o jogo final da Copa das Confederações.

O mundo percebeu que, apesar de sermos um povo acolhedor e pacífico, existia uma sufocada e cansada parte da população que, estimulada pelo dito movimento social organizado, tomou a voz, a ação e partiu para as ruas reivindicando direitos esquecidos pelas autoridades públicas nacionais.

Atos esses que culminaram com a literal invasão durante a cerimônia de encerramento que antecedeu a magnífica final onde foi aberta uma faixa contra a privatização do maravilhoso Maracanã.

http://www.correiodeuberlandia.com.br
Fato este que, somado a tantos outros chamaram a atenção da FIFA quanto as medidas que deverão ser adotadas na organização de suas competições, uma vez que, devido a sua grande penetração mundial, seus eventos poderiam se tornar alvo de manifestações políticas desviando a atenção geral, o que poderia desagradar patrocinadores.

O que também deveria chamar a atenção do COI e o COL dos próximos Jogos Olímpicos.

Verdade é que a forma de enxergar a organização e operação de grandes eventos esportivos mudou, ou deveria mudar.

Apesar de muitos radicais afirmarem que deveríamos boicotar a Copa das Confederações e de que aqueles que ali estavam, torcendo, não eram engajados, a cada jogo da seleção brasileira ouvia-se o continuar do hino nacional após seu protocolar corte, contagiando a todos - os que ali estavam, e os que assistiam pela TV.

Tamanho fervor nacionalista, livre de dogmas e doutrinas, focado por um anseio maior, chamava atenção dos estrangeiros e empurrava nossa seleção.

A cada jogo, uma vitória. A cada vitória, um passo a final.

E que final...

Com a melhor seleção da atualidade, a Espanha tinha as melhores cotações nas bolsas de apostas. Já o Brasil, vinha num crescer dentro da competição.

Repetindo uma disciplina tática com uma forte marcação da saída de bola espanhola, não houve espaço para o famoso tic-tac e o jogo bonito se fez presente.

UOL
Os espanhóis pareciam cansados ou estupefatos, pela pressão brasileira dentro e fora de campo, nas arquibancadas.

Mérito dos brasileiros, que envolveram seu forte oponente e raramente mudaram seu padrão de jogo até o fim da partida.

Diário de Pernambuco

3X0 foi o placar.

Valorizado pelo belo espetáculo apresentado, tanto pelo Brasil, quanto pelos espanhóis e pelo despertar da população - o maior legado deixado pela competição.