quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Quinto Elemento


Canis lupus familiaris ou simplesmente cão, está ao nosso lado há mais de 100 mil anos.

Ao longo dos séculos, o ser humano domesticou e realizou uma seleção artificial dos cães por suas aptidões, características físicas ou tipos de comportamentos, onde o resultado foi uma grande diversidade de raças caninas, classificadas em diferentes grupos ou categorias, dentre as quais ressalto o beagle, raça de cães de pequeno e médio porte.

A raça faz parte do grupo hound, é similar na aparência ao fox hound mas menor, com pernas mais curtas e orelhas mais longas e macias.

Embora os cães da raça beagle existam há mais de dois mil anos, a raça moderna foi desenvolvida no Reino Unido por volta de 1830 a partir de várias raças, incluindo a talbot hound, o north country beagle, o southern hound e possivelmente o harrier.

Beagles são sabujos, desenvolvidos principalmente para o rastreamento de coelhos, lebres e outros animais de caça, possuindo um olfato afiado. Inteligentes, são populares como animais de estimação por causa de seu tamanho e temperamento.




Embora, tanto eu quanto minha mulher tivéssemos sempre convividos com cães, a raça entrou na vida da nossa família de modo muito peculiar quando compramos um novo apartamento para morarmos.

Ao chegarmos no prédio, vimos que o apartamento era térreo e na área externa, se encontrava uma pequena cadela beagle. Pois bem, os proprietários já haviam se mudado e quando os questionamos o que seria feito dela e eles nos responderam que não ficariam com ela, nossa resposta foi em uníssono para que a deixassem conosco. Assim foi feito.

A Laila, este era o seu nome, permaneceu como parte da nossa família por longo e alegres seis anos, falecendo aos onze. Fato este que mexeu muito com a nossa família e, principalmente nossos filhos e que me levaria a procura de uma outra beagle.

Após visitar vários criadores, chegamos a casa de uma médica e no momento que vimos os filhotes, uma feliz e agitada cadelinha, saltava implorando por atenção. Embora estivéssemos ali para escolher um dos filhotes, fomos escolhidos por ela. Fomos escolhidos por aquela que iria se tornar uma das melhores relações que já tivemos, de um amor incondicional e de total entrega.

Laika foi o nome que escolhemos. Como todo e bom filhote, aprontava todas dentro de casa. Sim, dentro de casa, porque, enquanto membro da nossa família, ela não ficava isolada num canto.

Roeu mesa, chinelos e brinquedos, fez xixi na sala, na cozinha, em todo o lugar. Uivava a noite porque não dormia conosco. Destruiu portas, portões e tudo mais. Mas nunca rosnou, nem mordeu ninguém sequer uma única vez, nenhuma vez. Quando mexíamos em sua comida, sentava e aguardava.

Mais crescida, seus hábitos "selvagens" foram ficando para trás e foi se demonstrando cada vez mais dedicada aos outros membros da família. Percebia quando alguém estava triste e ficava sempre por perto... Podíamos ter saído de casa por apenas alguns minutos que, sempre quando retornávamos, éramos recebidos com uma recepção esfuziante.

O tempo foi passando, e nosso querido quinto membro da família, é nosso somos em quatro e com ela cinco. foi envelhecendo sem perder o vigor até que fim do ano passado percebemos que algo não ia bem.



Nossa Laika, agora com dez anos e a caminho dos onze, estava doente, muito doente. Estava com linfoma e necessitava de tratamento imediato, quimioterapia para ser mais exato.

Foram oito meses até que hoje, após uma noite agitada, ela morreu em meus braços enquanto a levávamos à clínica. Fiz massagem cardíaca, mas foi em vão, percebi quando ela nos havia deixado.

Cães estão conosco desde a pré-história, realizando as mais diversas funções, sendo que a principal delas, sempre foi esta total entrega a família.

Não foi diferente com a Laika. Honrando seus ancestrais, ela sempre entregou carinho, atenção e dedicação sem esperar nada em troca. E, lógico, ela também recebeu o mesmo tanto de todos nós.

Fisicamente, ela se foi... Mas continuará em nossas mentes e corações sendo lembrada como alguém muito querido da nossa família, o nosso quinto elemento.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

As 3 afirmativas

Afirmativa 1.
Todo ser humano é o único e exclusivo responsável por sua imagem, pela sua voz e pelo seu comportamento, independente da influência do meio ou de outrem.

Afirmativa 2.
Todo atleta, enquanto ser humano, submete-se a primeira afirmativa. Sua total dedicação a modalidade escolhida é de sua inteira responsabilidade, independente dos resultados obtidos.

Afirmativa 3.
Todo o jogador de futebol, enquanto ser humano e atleta, submete-se a primeira e a segunda afirmativas.

Não existe outras afirmativas contrárias.

O executivo da bola [revisado]

Este post foi publicado originalmente no blog Performance_, mas permanece atual.

Dia 22 de janeiro de 2013, no jornal Bom Dia Brasil, foi apresentada uma matéria sobre os executivos do futebol e cabe um esclarecimento.

Tal função já existe há algum tempo, mas só agora ganha um destaque maior na mídia, sabe-se lá porque motivo.

Sua principal atividade sempre foi a de administrar os recursos disponíveis para se obter a melhor performance esportiva possível, ponto. E nisto, eles tem o seu valor.

Fato é que os atuais gestores profissionais do futebol, na sua maioria, ainda possuem uma visão míope, focada no curto prazo e nos resultados dentro de campo, negligenciando ações comerciais e ativações do marketing na programação das atividades na temporada.

Falta planejamento estratégico, visão ampla e de longo prazo, entendimento do mercado do esporte como parte da industria do entretenimento.

Falta tomar consciência da linguagem universal que o esporte possui, da abrangência global do futebol em específico e de quanto isto vale para o mercado.

Falta saber da necessidade dos meios de comunicação em veicular este tão nobre conteúdo para gerar audiência, atraindo marcas e ganhando por isso.

Falta estabelecer que a paixão da sua torcida não lhe é saudável, não gera um consumo significativo e que, simplesmente, vender espaços publicitários em seu uniforme o compara a qualquer tipo de mídia.

Faltam coisas que só seriam passíveis de serem percebidas se o futebol fosse enxergado por outras lentes que não as de sempre.

Então cabe uma a pergunta:

E aí, quando é que você vai trocar suas lentes?